Dizem os mitos que Ostara tinha uma especial afeição por crianças. Onde quer que ela fosse, elas a seguiam e a deusa adorava cantar e entretê-las com sua magia.
Um dia, Ostara estava sentada em um jardim cercada com suas amadas crianças, quando um pequeno pássaro voou sobre elas e pousou na mão da deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Ostara, uma lebre. Isto maravilhou as crianças. Porém, com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar.
As crianças pediram a Ostara que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Ostara decidiu esperar o fim do inverno, pois nesta época seu poder diminuía. Talvez quando a Primavera retornasse, a deusa fosse de novo restituída de seus poderes e poderia devolver a alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos.
A lebre assim permaneceu até a chegada da Primavera. Nessa época os poderes de Ostara estavam em seu apogeu e ela pôde transformar a lebre em um pássaro novamente, mas só durante algum tempo.
Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Ostara. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Ostara que lhe concedesse sua forma original, o pássaro logo se transformou em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.
Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no livre-arbítrio de alguém, Ostara entalhou a figura de uma lebre na lua que pode ser vista até hoje por nós.
Ostara assumiu vários nomes diferentes em culturas diferentes como Eostra, Eostrae, Eastre, Estre e Austra. É considerada a deusa da Fertilidade plena e da luz crescente da Primavera.
Seus símbolos são a lebre ou o coelho e os ovos, todos representando a fertilidade e o início de uma nova vida.